Na noite de sábado (16), a Polícia Militar atendeu a uma denúncia de maus-tratos envolvendo uma criança de apenas um ano e um mês, no Jardim Marisa, em Presidente Prudente. (SP). O pai da criança, um rapaz de 29 anos, foi preso em flagrante por tortura após ser constatado que o bebê apresentava graves lesões e vivia em condições insalubres.
A denúncia foi feita pela avó da criança, que acionou o COPOM relatando agressões. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a residência escura e foram recebidos pelo suspeito, que tentou impedir a entrada da equipe. Após resistência, ele foi contido e algemado. No interior da casa, os agentes encontraram o bebê, assustado, com hematomas na cabeça, nos olhos e no corpo.
A vítima foi encaminhada imediatamente à UPA Guanabara, onde recebeu atendimento médico emergencial. Segundo a equipe médica, além das lesões visíveis, a criança apresentava sinais de fome e estava com sarna e piolhos. Devido à gravidade do quadro, foi transferida ao Hospital Regional, onde permanece internada para realização de exames, incluindo raio-x e tomografia, com suspeita de afundamento craniano.
O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso. Uma tia paterna permanece no hospital como acompanhante da criança, porém a guarda definitiva dependerá de deliberação do colegiado.
Durante o interrogatório, o pai da criança confessou ter agredido o filho por não suportar o choro. Disse ainda que a mãe abandonou a criança e fugiu para São Paulo. O indiciado possui antecedentes criminais por tráfico, furtos e apropriação indébita, tendo deixado o sistema prisional em junho deste ano.
O delegado responsável pelo caso, após analisar as provas, laudos preliminares e depoimentos, autuou o suspeito em flagrante com base na Lei de Tortura, e representou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.
Fotos das lesões e da residência, que se encontrava sem água, energia elétrica e alimentos adequados, foram anexadas ao inquérito, reforçando o estado de abandono e risco em que a criança se encontrava.
O caso causou forte comoção, diante da gravidade das agressões e da situação de vulnerabilidade da vítima. O bebê segue internado sob cuidados médicos, enquanto a Justiça deverá decidir os próximos passos sobre a guarda e proteção da criança.
