O número de casos de leishmaniose visceral humana aumentou 60% no Oeste Paulista em 2025, segundo dados da Vigilância Epidemiológica. Até o momento, oito casos foram registrados em toda a região, incluindo os municípios de Presidente Prudente (2 casos), Álvares Machado, Caiuá, Junqueirópolis, Presidente Epitácio e Santa Mercedes.
A leishmaniose visceral é uma doença grave causada pelo protozoário Leishmania chagasi, transmitido pela picada do mosquito-palha (gênero Lutzomyia). A forma visceral, também conhecida como calazar, pode ser fatal se não tratada adequadamente.
Ações emergenciais em Prudente
Em Presidente Prudente, onde dois casos foram confirmados entre janeiro e maio, a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) intensificou as ações de controle e prevenção no bairro Jardim Alto da Boa Vista, após a confirmação recente de um caso em um morador de 38 anos, que encontra-seem fase de recuperação.
A supervisora da Vigilância Epidemiológica, Elaine Bertacco, destaca a importância da participação da comunidade:
“É essencial que os moradores recebam os agentes para que possamos aplicar o inseticida nas paredes internas, onde o mosquito transmissor costuma se abrigar, e orientar sobre formas de prevenção”.
Monitoramento intensivo e Dia D
Segundo o gerente da UVZ, Romário Luís dos Santos, imóveis situados num raio de 200 metros da casa do paciente estão sendo notificados para medidas intensificadas de vigilância, ontem foi realizado o Dia D de coleta de sangue de cães, na área de lazer da Rua Kazumi Obata, das 8h30 às 11h.
Para quem não pode comparecer, a coleta pode ser feita na sede da UVZ, de segunda a sexta-feira, das 13h às 16h, ou ainda em clínicas veterinárias particulares, mediante apresentação de laudo oficial.
Em caso de resultado positivo para a doença, o tutor poderá optar entre o tratamento do animal, disponível somente na rede privada, ou a eutanásia humanitária, conforme previsto pelos protocolos sanitários do Ministério da Saúde.
Situação histórica e alerta
Desde 2013, Presidente Prudente contabiliza 17 casos de leishmaniose visceral humana, com dois óbitos registrados: um em 2016, no Residencial Universitário, e outro em 2017, no Jardim Cinquentenário.
As autoridades reforçam a importância da colaboração da população com medidas simples, como eliminação de criadouros, uso de coleiras repelentes em cães, e permissão para entrada dos agentes de saúde nas residências durante as ações de controle.
Formas de Transmissão
A Leishmaniose Visceral é transmitida por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas.
A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose Visceral.
Sintomas
A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica. Os principais sintomas da doença são:
- Febre de longa duração
- Aumento do fígado e baço
- Perda de peso
- Fraqueza;
- Redução da força muscular
- Anemia
Diagnóstico
O diagnóstico da Leishmaniose Visceral pode ser realizado por meio de técnicas imunológicas e parasitológicas. É fundamental procurar o médico assim que surgirem os primeiros sintomas. Uma vez diagnosticada, quanto mais cedo for iniciado o tratamento maiores são as chances de evitar agravo e complicações da Leishmaniose Visceral, que se não for tratada adequadamente, pode ser fatal.
