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11 de outubro de 2025
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MIGUEL DOS VINHOS

O Espumante brasileiro pode enfrentar o Champagne?

Quando falamos em espumante, muitos pensam imediatamente em Champagne. Mas será que o Brasil, com sua jovem tradição vinícola, pode realmente disputar espaço com os grandes nomes do mundo? Antes de responder, é importante entender o que é um espumante, como ele surgiu e por que ele conquista cada vez mais taças por aqui.

O que é um espumante?

Espumante é um vinho que passa por uma segunda fermentação e produz gás natural, formando a famosa espuma e as borbulhas — chamadas de “perlage”. Diferente dos vinhos tranquilos (brancos, tintos ou rosés), que não possuem gás, o espumante tem uma característica única: celebra, refresca e marca momentos.

Como surgiu o espumante?

O surgimento do espumante remonta ao século XVII, na região de Champagne, na França. Entre lendas e fatos, é atribuída ao monge Dom Pérignon a frase: “Estou bebendo estrelas!” — quando teria provado, acidentalmente, um vinho que refermentou dentro da garrafa. Na época, a fermentação era descontrolada e muitas garrafas explodiam nas adegas.

Com o tempo, a técnica foi aperfeiçoada, dando origem ao método tradicional, em que a segunda fermentação acontece dentro da garrafa — o mesmo método usado até hoje nos melhores espumantes do mundo.

Existem espumantes brancos, rosés e até tintos?

Sim. Embora mais conhecidos na versão branca e rosé, alguns países, como Austrália e Brasil, também produzem espumantes tintos. A diferença está no tipo de uva e no tempo de contato com as cascas.

Brut – Seco, mais gastronômico

Demi-Sec – Meio doce

Moscatel – Doce, aromático, ideal para iniciantes

O consumo de espumante no Brasil

Segundo dados do Ibravin (2023), o Brasil consumiu cerca de 32 milhões de litros de espumante, representando aproximadamente 17% de todo o mercado de vinhos no país. A procura cresce especialmente em comemorações e eventos sociais, mas aos poucos o espumante deixa de ser “bebida de festa” para se tornar uma escolha à mesa.

Brasil x Mundo: Comparando Estilos

Estilo Origem Perfil Sensorial Método

Espumante Brasileiro Serra Gaúcha Frescor, fruta, acidez viva Charmat / Tradicional
Prosecco Itália (Vêneto) Leve, frutado, festivo Charmat
Cava Espanha (Catalunha) Seco, notas de pão e levedura Tradicional
Crémant França (Borgonha/Alsácia) Elegante, refinado Tradicional
Champagne França (Champagne) Complexo, cremoso, luxo Tradicional

Sugestões Brasileiras para Cada Estilo

Estilo Internacional Rótulo Nacional Equivalente

Prosecco Salton Prosecco, Chandon Riche
Cava Ponto Nero Cult Brut, Aurora 24M
Crémant Casa Valduga 130, Cave Geisse Terroir
Champagne Cave Geisse Blanc de Noir, Don Giovanni Nature

Então… o Brasil pode enfrentar o Champagne?

O Champagne continua sendo o símbolo máximo da tradição. No entanto, o espumante brasileiro surpreende pelo frescor, equilíbrio e relação entre preço e qualidade. Quando o assunto é leveza e fruta, o Brasil já supera muitos Proseccos. E em concursos internacionais, alguns rótulos nacionais têm conquistado medalhas ao lado de grandes Cavas e Crémants.

O brinde, no fim das contas, não é sobre luxo — é sobre emoção, autenticidade e prazer. E nisso, o espumante brasileiro tem algo que nenhum outro tem: a alegria de nossas uvas e de nossa gente.

miguel.dosvinhos

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